domingo, 5 de junho de 2011

Recordação.







Essa recordação que tenho de minha mãe, mostra um pouco do carinho que teve com todos os seus filhos. Uma mãe dedicada, carinhosa e amorosa.
SAUDADES !

Mamãe adorava ir ao cinema. Foi no dia 20 de junho de 1962 depois de ter visto um filme na companhia de meu pai que ela, após deitar-se, faleceu.
Ela iria completar 51 anos no dia 2 de julho. Essa foto foi tirada mais ou menos nessa época, em Jundiaí.

Lembranças de minha mãe


Mamãe gostava muito de ler. Me lembro bem da listinha que ela me entregava, dos livros que eu retirava no "Gabinete de Leitura Rui Barbosa" em Jundiaí. Já estava aposentada e logo após o almoço ela se deitava para ler seus romances. Eu, ainda pequena, me deitava na sua barriga e ficava assim por horas lendo meus gibis até que eu notava que ela estava cochilando. Então, sutilmente, saía pra brincar.

Impossível esquecer seus pastéis. Ela fazia a massa bem crocante e os recheios eram especiais: de carne, de palmito, de queijo (os famosos pichuás) e um que ela inventou: de mortadela. A mortadela era bem picadinha, com ovos cozidos, muita salsinha e azeitona. Ai, que saudades!

Outra lembrança "doce": suas balas de côco. Ela ficava horas esticando a bala já pronta, muito quente para não açucarar  e depois de estar no ponto, colocava na pedra mármore do "etager" e ficava alí até esfriar, quando, então, cortava e guardava para a festa que havia na ocasião. Doces recordações!

A vaidade: me recordo dela sempre com batom e com o cabelo arrumado para esperar o seu marido, meu pai. Minha irmã Dalila costumava colocar "bobbies" e depois caprichava no penteado "gatinho". Usava leite de rosas, rouge e baton. Se algum problema grave acontecia na família, ela fazia promessa de não usar baton (o que mais ela adorava) por um determinado tempo. Se ela conseguia, não me lembro, mas me lembro do rosto pálido sem o seu baton.

São poucas as lembranças, mas uma ficou para sempre. Um rascunho que ela fez para escrever no meu caderninho de recordações. O caderno uma amiga perdeu, mas o rascunho ficou para sempre comigo. Leiam no final do blog.

Um comentário de uma amiga de infância, Cléa:

 
      Fico honrada em colaborar com a homenagem àquela que cumpriu seu papel maternal com muito carinho e amor. Muitas vezes, nos fazendo lembrar, a  proteção da galinha com seus pintainhos; resgardando-os sob suas asas.
     
      Várias situações nos trás grandes recordações de nossa infância em Jarinú.  As saidas para os passeios nos sitios de amigos que Da. Elza conseguia contornar para que Sr. Lazinho não soubesse; mas que muitas vezes êle conseguia descobrir  e mandava nos buscar ou cancelar nossa ída . 
      Uma delas ocorreu quando saiámos de sua casa pelos fundos  e Sr. Lazinho , na janela  da cozinha , tomando seu cafezinho  pegou-nos de "calças curtas"... porém eram compridas... mas naquela época as mulheres não usavam . 
      Estavamos todas reunidas em frente a casa da Vó Maria, na Praçinha, quando você e o Nêgo chegaram dizendo que seu pai pedia para voltarmos .
     Conclusão: fizemos nosso "pic-nic" no porão de sua casa.                                                                                                                                                                          
      Não posso deixar de relatar é que a primeira vez que comi pastel de banana , foram os feitos por Da. Elza , que eram uma delicia , assim como, as balas de coco.      Tudo isso tinha um sabor delicioso misturado com ansiedade e suspense.      
       Porém, o que mais admirava em Da. Elza  era vê-la sempre usando baton com seu sorriso alegre e tranquilo , esperando´por seu pai .  
       Espero ter ajudado . 
       beijos,        
        Cléa  





Família

Seus filhos, na ordem da direita para a esquerda: José Maurício, Maria Claudemira, Suzana, Sílvia, Elza, Judite, Dalila, Abigail, Luís Gonzaga e Berenice. Teve, ainda uma filha falecida ainda bebê.

Hoje, estão vivos: Berenice, Judite, Elza, Sílvia, Suzana e José Maurício.

Antes de se aposentar em 1961, lecionou no bairro da Colônia em Jundiaí, SP, e por ocasião da aposentadoria  foi Diretora Substituta do Grupo Escolar Estadual Cel. Siqueira de Moraes, à Rua Barão de Jundiaí, no centro de Jundiaí, SP.

Como conheceu seu marido


Foi com esse bilhete que ela foi encaminhada para ser substituta em Jarinu, SP, na Escola Estadual de Primeiro Grau, e lá foi efetivada, permanecendo durante 28 anos. Foi assim que conheceu seu futuro marido. 

Casou-se com Lázaro Siqueira, Oficial do Registro Civil e Notas de Jarinu, e constituiu família, gerando 11 filhos; 10 nascidos em Jarinu e a caçula em Jundiaí.







Profissão


Fez a escola fundamental (primária) no Instituto Maria José, à Alameda Glete em Santa Cecília - Capital, e residia à Rua Ana Cintra no mesmo bairro.

Formou-se como Professora Normalista na Escola Normal Caetano de Campos na Praça da República, São Paulo - Capital;  na turma de formandos do ano de 1929 (foto do álbum)

Quem foi Elza de Vasconcellos.




                                                           (na foto - à esquerda)




                             (na foto, com sua família, é a que está em pé de vestido branco)

Nascida em 2 de Julho de 1911(na residência de seus pais à Rua Vieira de Carvalho - Centro), em São Paulo, Capital, filha de Claudemira Augusta de Ulhoa Cintra e Nuno de Vasconcellos.

Seu pai era português de Carrazeda de Ansiães e seu sobrenome era Moraes. Era costume em Portugal os pais pedirem a alguém mais abastado batizar seu filho, mas, em troca, o afilhado passava a usar o nome do padrinho. Assim, seu pai, nascido Nuno Moraes, passou a se chamar Nuno Vasconcellos.

Elza era a caçula dos dez filhos do casal. Seus irmãos (na ordem de nascimento foram: Maria Augusta, Dalila, Esmeralda, Josefina (minha madrinha), Maria Amalia, Marina, Claudemira, José Augusto e Nadia.

Seus avós maternos foram: Presciliana Maria de Alvarenga e Firmino Augusto de Ulhoa Cintra. Seus avós paternos foram: Maria da Conceição Fronteiro e José de Moraes.